Esse texto foi feito por um tricolor após uma virada épica do Flamengo pra cima do Fluminense, no Maracanã.
''(...)Eu nunca tive medo dessa trupe. Nunca mesmo. Mas que é diferente, é. Os outros sempre foram fregueses. Sempre foram engolidos. Mas esses não. Peguei os piores momentos da história desse jogo, quando tínhamos que ir a campo ver Artur Antunes, Leovegildo, Leandro, Tita & Cia. Chegamos a enfrentar isso aí com times absolutamente medíocres, de zezés, galaxes e robertinhos. E eu nunca tive medo. Mas sempre existiu uma coisa que me deixa perambulando entre o mistério e o pânico. Aliás, não é "coisa" coisa nenhuma. É metafísica. É o Sobrenatural de que tratava Nélson. É perturbante. É aquela massa uniforme pulando do outro lado. 23 minutos, 1x3, e eles não paravam de pular; ninguém saía do seu aperto; ninguém ia embora. Eles nunca vão embora. Eles nunca arredam o pé. Eles não se sentam, não param de gritar. Eles não sossegam. Me perseguem, me sufocam, me habitam os pesadelos e me causam pânico. Quando eu olho para o outro lado é isso que eu sinto. Eles acreditam mais do que os outros. Mais do que eu e todos os outros juntos. E disso, meus caros, eu me borro de medo. Eles jogam com 12. E jogar com 12 deveria ser proibido. Deixar Felipe andando de um lado para o outro, desfilando o seu repertório de categoria e classe, foi uma imprudência. E o jogo foi um jogo para a história. Dentro do táxi, uma frase de uma criança de sete anos ficou estalada no meu tímpano: "papai, eu tenho nojo deles". Eu também tenho. É só o que posso dizer hoje. Mas se não fossem eles essa mágica não existiria.'' (Claudio Lampert, torcedor tricolor)
FICHA TÉCNICA DA PARTIDA:
FLAMENGO 4 x 3 FLUMINENSE
Taça Guanabara 2004
Taça Guanabara 2004
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Data: 01/02/2004
Público: Público: 59.000 pagantes
Data: 01/02/2004
Público: Público: 59.000 pagantes
Gols: Jean (FLA) 41' e Romário (FLU) 43' do 1º; Romário (FLU) 7', Rodolfo (FLU) 19', Felipe (FLA) 24', Roger (FLA) 26' e 30' do 2º;
FLAMENGO: Julio Cesar, Rafael, Henrique, Fabiano Eller e Roger; Da Silva (Jônatas), Ibson, Felipe e Fábio Baiano; Jean e Rafael Gapucho. Técnico: Abel Braga.
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